O Meu Irmão

Não gosto, pois, das

pessoas normais.

Não gosto das suas

falas,

vulgares, banais.

Não gosto dos que

têm sonhos comuns,

daqueles que querem

ser só mais alguns.

Não gosto dos leões,

que dominam massas,

prefiro as ovelhas que

fogem nas praças.

Não consigo ser como

vencedores,

que levam pra casa

tantos amores...

Prefiro o pobre, coxo,

louco,

prefiro o que é feliz

com pouco.

Prefiro o que a massa

não dominou,

que a beleza, a mídia,

não enganou.

Prefiro sincera gagueira

à falsa eloquência;

prefiro o humilde,

não a prepotência.

Prefiro o palhaço ao

domador de leão;

pois fraco, pequeno

sou.

E, agora, pra aonde

eu vou,

quem quer ser meu

irmão?