Divagações
Gosto de pensar sobre o espaço
Sobre as dimensões incomensuráveis
Sobre lugares inabitáveis
Segundo o que entendemos clássico
Divago em pensamento
Por vezes em literaturas
Que me fazem sair do meu tempo
Que me leva às alturas
Em outras me perco no alento
De como seria um mundo
Com outro projeto de vida
Com ou sem forma compreendida
Conhecida ou concebida
Não são pensares inéditos,
Nem novos na concepção estrutural
De que não somos alternativas principais
Como se o nosso modo de vida
Fosse um jeito antinatural
Forçado pelo pecado, quem sabe...
...Ou um projeto piloto do et’s
Um laboratório descontrolado
Numa quarentena a perecer
Talvez um grande reality show
Um brincadeira de mal gosto
Sem que nenhum de nós saibamos
A finalidade do esforço
Fico a imaginar quão perdidos estamos
Sóis nos confins do universo
Conjecturando teorias
Na proporção que teria
A idade média para o atual progresso
Certamente muito mais distantes estamos
Da máxima compreensão
Sem idéia, sem horizonte
Sem parâmetros, sem solução
Para velhos obstáculos da civilização
Enredados nas mesmas questões
Sitiados pela limitação
Amarrados pela convenção
Infectados pela ambição
Desesperados pela aflição
Mal informados pela religião
Emperrados pela presunção
Mas convencidos pela pretensão
E, apesar dessa conclusão
Bolsões de fraternidade
Pequenas ondas de serenidade
Fragmentos de solidariedade
E redutos de positiva voluntariedade
Ainda nos faz ter vontade
Ainda nos faz irmãos