Como fora um pássaro agourento
De lento movimento...
Assim não percebi quando chegou,
Aglutinou
Em meu ombro pousou sua pata fria
Tamanha cerração iludiu minha visão
Não lembro a cor do momento ou o tom de meu sentimento,
Se neste instante morri ou se apenas consenti...
Sei que em mim se enraizou.
Antes fosse tal invasão em carne
Um asqueroso berne que me tirasse nacos
...Mas a isto não concerne.
Pousou em meu ombro escondido
No que vive por dentro,
Aturdido...
No cerne...
Ora fica por fora um reflexo que ecoa
Sobrevoa...
Mas por dentro...
É dor em mente...dormente...
De quem sente
Se ressente
Mas cala e nunca mais fala
E quando a alma não comenta, estaca
Feito dor violenta
Internamente roendo
Remoendo
Comendo
Eterna em mente
Eternamente...