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Não!

Jamais me desculpo
Se não for de verdade,
Se eu não tiver culpas,
Se for só por escrúpulo.

Não me lamento
Pelas palavras
Que eu não disse,
Pela chata mesmice
De quem nada tem a dizer.

Sou alma livre,
Livre é meu pensamento,
Assumo a conta e o risco
De viver.

Falo com quem eu quero,
Ando com quem eu quero,
Digo o que eu quero
E nada devo
Seja a quem for.

Carrego culpas
Que não são minhas
Com a mesma leveza
Com que mantenho
Erguida, a minha cabeça.

Não ouço e nem perpetro
Qualquer maledicência,
Jamais apago 
As minhas pegadas,
Nem mesmo as mais pegajosas.
Não pretendo, que sem espinhos,
Sejam as rosas.

Mantenho meu foco
No chão, no céu e no horizonte
Que se estendem à minha frente,
Não tenho medo de gente,
E nem me ponho a fuçar as tralhas
Das gentalhas.

Não manipulo a verdade,
A fim de angariar pena
E solidariedade,
Não apago as palavras que eu disse
E não sou dada à fanfarrices.

A ninguém eu culpo
Pelos fracassos que tenho
Devidos à minha própria incompetência,
Pois tenho decência.

Não tenho inveja de ninguém,
Pois sei que não preciso,
Sinto-me capaz de criar
E de recriar
Pois a fonte que me inspira
É sempre a que vem do alto,
Nunca a que vem de baixo.


E acima de tudo,
Jamais desejo o mal
A quem quer que seja,
Pois sei que existe na vida
Uma justiça que sempre se cumpre
E que a todos chega.

Talvez, aqueles que dizem
Sofrer injúrias e calúnias,
Nada mais estejam recebendo
Do que aquilo mesmo 
Que espalharam pela vida.



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Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 23/04/2013
Reeditado em 23/04/2013
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