A dança das Águas
Não quero ser uma poesia de versos nunca lidos,
Inertes no branco e solitário papel
Nem um anjo alado, sozinho, apaixonado no seu céu de ilusão
Quero ser água pura, sereno da noite, água de beber...
Chuva... Gotas cristalinas que se derramam em seus braços
Que viaja no teu corpo, sem mapa, sem descanso, sem rumo certo
Ora pingo, Vez enchente... Inundando-te de partículas
Água da nascente que serpeja, deslizando por seus vales...
Orvalho que goteja sem pressa, sussurrando nos teus ouvidos...
Chuva calma e impetuosa, sopros de brisa na terra quente...
E nesse frenético bailar de respingos e gotículas
Esvaio-me em vapor, no envolver do teu calor
Flutuando límpida... Serena... Sem mácula
Deixando em você minha essência de chuva
E levando em mim teu perfume de terra molhada...