A VERDADE

Às vezes me pergunto: o que aconteceu?

Escondi algo e não sei onde está

E tudo, e mais alguma coisa me veio à mente

Mas de repente se perdeu

Dentro de mim, palavras da alma

Ocultas que de tais, nada sei dizer

Palavras embotadas num donaire galante

Galharda abjeção de um limite intransponível...

Estava atento a isso e em vão apercebido

Pois as palavras da mente são de um fisco terrível

Busquei meus singelos segredos

Como predisponentes conjeturas a agora vislumbrar

Serei eu tão displicente, na frenesi do meu olhar amedrontado?

Eis que tento trazer à tona minha alma, meu cerne

Cerne ou verme que em compostura me faça um ser

Percebido ou não das falácias que o vácuo predispõe

A todo instante em que derramo meus sentimentos

Forçando-me ser compreendido

Por alguns que tão simples no olhar permutado

Não viram efusivamente a grandeza do Sol nascer

Que trocaram a confusão a que me atenho

À nobreza de um caráter dilatante

É o que na verdade me pergunto

Pois não estarão apercebidos

Ao deparar-se com os verdadeiros segredos

E eu, mesmo sabendo que são puros

Saberei que não podem nada disso entender

Poderia na volúpia do meu desespero buscar os sábios

Mas todos estes já morreram ou estão por nascer

Eu mesmo sou louco e disso não me imputo causa

Já que todos são o que são sem merecer

Tentarei galante e galhardo abrir meu coração e expor tal assunto

Cheio de rodeios, pois não acredito que possas perceber

Que estou falando todo o tempo de vós mesmos

E que me eximo nesta plêiade que se reúne a debater tais conselhos

Que jamais poderiam sozinhos iniciar na conjetura do saber

Vou-me embora, reúnam-se todos

E deparem com a verdade que também são doidos

Mesmo não querendo ser...

jairomellis
Enviado por jairomellis em 25/03/2007
Código do texto: T425030
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