E aí?

Prefiro não quantificar o sem número de minhas frustrações

Por que não fui bom jogador

Bom atleta, bom músico

Bom escritor, bom leitor

Bom poeta, bom ator...

Por que não enriqueci

Não produzi empreendimentos

Por que não progredi

Na medida desse lamento

Por que não me estruturei

Não olho o mundo de cima

Porque jamais me fartei

Meu medo nunca me ensina?

Peso mil quilos de mofo

Arrastando meus paradigmas

Aonde quer que eu vá

Cultuo esse auto-estigma

Por que me preservo estúpido

Não vendo além do nariz

De que serve essa montanha

Da personalidade que fiz?

...Parda, incógnita, anônima,

Parada, pequena, incômoda,

Autodestrutivamente meticulosa

Na análise diária dessa minha vida-prova

Resta-me o “não há de ser nada”

Provoco-me com a “deixa estar” ou...

“Nada como um dia atrás do outro!”

O que, eu não sei, mas ainda irá me provar, Ah! Isso irá!