A casinha
Verde bosque
Mamíferos passeiam
Serpentes deslizam
Aves gritam
Uma casa é construída
Um poço artesiano
Um banheiro
Pessoas felizes
Horta bem cuidada
Pomares carregados
Peixes e caça a fartar.
Mas um ser indefinido
Naquele perímetro
Move-se devagar
Perante a casa
Aloja de mansinho
Faz um ninho
Constrói um lar.
Era o “Quero-mais”
Insatisfeito com a vida
Queria somente lucrar.
A casinha já não servia
O amor de nada valia
E a cada amanhecer
Aumentava as necessidades.
Deixou de viver
Não podia esquecer
O barulho hipnótico
Das grandes cidades.
Foi o que fez.
Abandonou a casinha
Regozijou na ilusão
Ludibriou a saudade.
Respirando ar poluído
Gritavam os pulmões
Explodia a mente
Enfartou de infelicidade.