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Vazia

Eu às vezes esvazio-me
De tudo, de todos, de mim,
Prendo o olhar nalguma nuvem
E me deixo ir com ela,
Para onde me levar...
 
Leve e vazia, pairo no ar,
Como quem sofre anestesia
Sem nada querer ou pensar,
Sem crer ou sem duvidar.
 
Misturo-me à brisa que passa,
Às folhas das árvores, à chuva,
Descanso na pétala orvalhada
Das pupilas de algum olhar.
 
Eu às vezes esvazio-me
De tudo, de todos, de mim,
E somente a poesia
De mansinho, eu deixo entrar



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Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 15/04/2013
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