PARECIA SER SÓ ILUSÃO

Permanecia tudo tão calmo

Parecia... Ser só ilusão

De repente vi-me capturado

Pelas incoerências da tal solidão

Acabou-se então toda calmaria

Senti meu céu caído ao chão

Desabou-se o que eu não queria

Percorrendo o tempo pela contramão

Encontrei-me num labirinto

E a saída se escondeu de mim

Tornei-me nulo naquele recinto

Sem ter o que fazer nem por onde ir

Minha cabeça perdeu seu juízo

Minhas palavras prenderam seus versos

Aquela brisa a mim deixou perplexo

Me ajustando ao meu próprio fim

E a lucidez no final do túnel

Inflamando-me, aplacou-se enfim

E o doce sabor que antes era mel

Em puro fel se transformou

Meus olhos mudos e acesos

Por sua visão foram sugados

Meus passos presos e acuados

Se perderam no limite na escuridão

Girou meu mundo pelo avesso

Toda água do meu oceano se libertou

Perdi meu nome e meu endereço

Agora nem sei mais pra onde vou

O vento manso se mandou dali

Foi de carona nas asas da imensidão

Atento as cores que eu nunca vi

Numa paisagem de devastação

Perdi a guia da minha emoção

Vendo você se despedindo assim

Como num sopro sem saber sair

Sua imagem ficou dentro de mim

Num movimento a me contrair

Sofreram todos os meus sentidos

E como um astro sem constelação

Fiquei só, sobre a poeira do chão!

Autor: Valter Pio dos Santos

16/Abr/2013

Valtin Kbça Dipoeta
Enviado por Valtin Kbça Dipoeta em 15/04/2013
Reeditado em 16/05/2018
Código do texto: T4241601
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