Vejo na tela branca
uma nova vida
sem passado...
E do chão do pensamento
varro teu rosto
teu gosto
tuas incertezas...
E sorrio...
rodopio num pé só
canto numa só sílaba
uma só nota, de um só dó...
Me molho e continuo seca
salto sem sair do chão
me dispo sem ficar nua
deito em paredes cruas
sem estruturas...
E de frias tintas
crio minha pintura
onde o real abraça a fantasia
e já surda não escuto mais a tua sinfonia...
Basta fechar os olhos e querer
querer te esquecer
e ser outra mulher
e serei, serei quem eu quiser...
Pois forte, tudo posso...
de preto pinto a madrugada
e de azul meu novo amanhecer!