"Pão e circo"
Tenho um apreço pela rudeza da palavra
ironicamente dita e sofrida no âmago
alma que se desfaz em sua sensibilidade
vertendo rios por letras viciosas
mudos e silentes de si
sentidas, no íntimo e ínfimo instante
quando dos pés, fizeram estes
rudes sensíveis seres ... amantes
de uma vida que em coragem assumiram
pois, são, nada mais que isso ... "São"
em si a brandura e a calma de ver a tormenta
arrebatar a paz que se avizinha
e cegos passantes contaminados calam
"cegam-se" para viver um instante de paz ilusório
inexistente em lábios que sequer sabem dizer
ou viver o que dizem porque abrandam
algo que jamais assumiram em si ... a rudeza
rudeza ironicamente dita, pois, a vida é mesmo assim
uma ironia de poucos que à muitos sorriem
enquanto estes últimos aplaudem
sendo a bola da vez desse circo infindável
e constante palco de uma faxada indomável
onde o pão é vendido como o circo é ovacionado
e o âmago do rude ser que fala, enlouquecido
doem em brandas, calmas e serenas vozes
sabendo que todos teremos o mesmo ... fim!!!
- Kátia Golau Cariad -