O Demônio
Há sobre o vale um demônio como quem anda tristonho,
Porém num ar de argônio é um sujeito medonho.
Tendo ido a olhar na espreita, espiar,
Quando nem me viu, nem notar, em silêncio caminhar, numa sombra de azar.
À frente estava, tinha certeza e provava, contudo debruçava a sombra a minha reguarda,
Foi terrível e pensei, vir aqui pequei, não tendo ação de robustez, disse foi minha vez.
Concluía foi meu fim, a pena se está em mim, na sorte de um petiz, trágico infeliz.
Procurando pernas a correr, o desejo foi reter, esperança de vender, minha alma não sofrer.
Foi então que bradou, em seguida atacou, na esperança da dor, para sorte parou,
Despertando pasmei, pela voz, calei, foi um sonho, falei.
Por sonho, nada, um pesadelo desata, é a sorte, pensava,
Eis minha vida, é grata.
No banheiro olhei, o reflexo e choquei, era o monstro, deplorei.