NOVO TEMPO
NOVO TEMPO
Perdemos de vista nossos ideais
Entregamo-nos a materialidade escorchante
As rotinas corriqueiras e banais
As obviedades ululantes
Cansamos da luta sem quartel
Nesta Torre de Babel
Perdemos o olhar da vitalidade
Entregamo-nos a pretensa modernidade
Deixamos de lado o olhar crítico
O pensar mítico
O protesto com responsabilidade
Caímos na doce irresponsabilidade
Tudo em nome da pseudo evolução
Do aumento de padrão
Na busca incessante da posse de bens
Esquecemo-nos de nossos reais bens
Deixamos ao largo nossos pirralhos
Abandonados a própria sorte
Sem lhes indicar e mostrar o norte
Comprando afeto com pinduricalhos
Estamos formando gerações desafortunadas
Repletas de bens que falam, escutam
Mas não ouvem, não abracam, não beijam
E não sentem-se queridas e amadas
Esse parece ser o caminho
Que estamos e vem sendo seguido
É um grande descaminho
Uma escolha inócua e sem sentido
Avançamos no desenvolvimento material
Regredimos no desenvolvimento emocional
Viramos escravos do ter desbragado
Os descendentes viraram fardo pesado
Onde esta o amor, o carinho
Aquele do ficar junto cuidando da ninhada e do ninho
De ajudar, ser a ponte a atravessar
Para com mais certeza encontrar o bom caminho
É hora de voltar
Crescer diferente
Sendo menos máquina
E mais gente