O músico.
Nunca soube encontrar
os motivos vagos que me faziam divagar
entre o que era certo e o que era amável;
entre o eterno e o detestável.
Nas teclas deste piano soberbo
que faz reais as notas que te cercam,
toquei todos os dias de minha vida
para que se lembrasse de que os músicos nunca morrem,
nem para ti, nem para ninguém.
E eu sabia que a gravidade
não te impediria de saber
que esses tempos que te faziam flutuar,
eram todos feitos pensando em você.
Nesta eterna valsa,
Só nós.
Dançaremos eternamente,
Só eu.