Se rabisco este poema de amor
É por uma quase flor antes fincada,
Mas que uma vez colhida,
Ficou num canto esquecida...
(E só as flores fincadas têm vida)
Quereria amparar com a mão
(Porque flores tristes pendem...)
Porque fica esta visão esquisita
E quem passa nem acredita fora risonha orquídea
O que s’encolhe e s’esconde a quem fita
Se rabisco este poema quase indolor
É por uma ressecada flor
Jardim bisonho, desenho sem cor,
Entediante canção,
Móbile sem mão...
Atenho-me então às telas
Tão tingidas, tão sóbrias,
Um tanto belas...
As reais, não as cultivo mais...
(Porque flores se ressentem)
...Meu verso jamais fora sábio
Mas sabia.
Num canto, ressequida,
A rara flor veria
(Profecia...)