A REALIDADE DA VELHICE
Você me chamou de velho
com o semblante sisudo, sério,
voz no grave, ou no agudo, aborrecida...

Se eu já vim até aqui, estou cioso:
Nada mais tenho a perder!
A vida me fez vitorioso...

Tenho um passado brioso
e o que vier no futuro é acréscimo,
posto quê, estou no auge da estação de bordo.

Quiçá na gare de transbordo,
ou nas plataformas da vida...
Viva eu!... Vim, vi, vivi, vivenciei, venci...

Quanto a ti,
desejo que nunca fiques velho...
Para que não sejas chamado assim...

Ser ou ficar velho com mais de 60,
no meu caso 6.5, não significa o fim...
Ao contrário, tenho mais experiência, enfim...

Estou mais vivo do que nunca
para ter ainda mais discernimento
a me fazer mais curtido e querido...

Ter netos ao derredor
e praticar o verdadeiro amor
com os filhos dos meus filhos...

Não sou, portanto, velho,
estou apenas mais velho,
e ligado no evangelho...

A vida que é feita de etapas
foi tirando suas capas
e mostrando a minha cara!

Peço, então, que não me chames
de velho! Olha-te no teu espelho
cada manhã uma nova ruga...

Atentes a esse detalhe,
e verás o quanto valem
os versos dessa “reality”.

Ou, se não, você despluga,
e, se o mundo, então, te julga,
eis que o inferno chega e te suga.
Antonio Fernando Peltier
Enviado por Antonio Fernando Peltier em 03/04/2013
Código do texto: T4221239
Classificação de conteúdo: seguro