EU SOU O CENTRO DO MUNDO
Sacra?
Sacra é a poesia que escrevo sobre mim
Pois, sim: eu sou o centro do universo
É errado pensar que todos somos mais um
O centro é múltiplo; e, único, é cada um.
Não pense ser mais um pensante
Pois, para outros
Você pode ser o que não pensa
E a eles serve sem perceber
Que a si próprio faz ofensa.
Existem centros em toda parte
Cada qual tem sua visão
Somos mundo dentro de mundo
Onde todo mundo pensa ter razão
Pra mim, você faz parte do mundo
Pra você, quem faz parte, sou eu
Pra mim, eu sou o mesmo a qualquer segundo
Pra você, quem sempre muda, sou eu.
Maior?
Quem é maior de que quem vê e vive?
Quem nos faz mal e sequer existe?
Temos que nos subjugar
Para sermos, assim, menos tristes?
Sacra?
Inferior é toda humanidade
Pra quem se acha protagonista
De todas as vidas (não só da própria)
Não lhe suscita igualdade?
Superior? Sou sim.
Mas não há só superioridade em mim
Somos, então, todos superiores
Em relação aos que vêem
Alguém que lhe seja inferior.
Superiores, somos...
Quando reconhecemos
Que não há inferioridade
Sacros, somos
Quando louvamos a igualdade.