Segredo do segredo
Tenho um segredo meu que é teu,
Não tão indiferentemente do qual tu já possuías.
Tua confusão me perturba e faz deste segredo
Mais segredo do que a palavra propriamente dita.
Poderia ser uma ilusão mental,
Mas é que os fatos sobressaem entre o contexto
Que ditam essas regras absurdas.
Por que pra ser segredo tem que ser anônimo, calado...?
Por que pra ser tem que não ser o que muitos são?
A indiferença é algo que confunde, ainda mais
Com todas as vertentes que validam a maioria.
É subsequente, é cíclico...
Todo esse processo que desencadeia efêmero desejo paradoxal.
É que nem uma folha rasgada cruelmente
Desfazendo todo significado existente.
Se rasgasse agora esse texto e juntasse
Os pedaços sei que ainda assim as palavras falariam por si só,
Pois, todos os fatos que foram juntados um dia não se desfazem
Com um mero desejo rebelde, os fatos são sempre fatos, mas as palavras
Desenvolvem-se em meios a tantas outras que julgam importante.
É aqui mesmo que vejo o sol se por e no espelho
A face cansada de quem lutou e ainda luta para não desfazer-se
Deste segredo meu que é teu.
Penso que é mais teu do que meu
Pois, se para ser segredo tem que ser anônimo
O meu deixou de ser...
Ainda ontem o vento roubou-os de mim, sem querer ele ecoou
E alardeou para “quem não queria ouvir”.
E agora o que será de mim, se o segredo do segredo foi desfeito?
Toparia você reeditar as regras?
Se assim concordas tu, o meu dessegredo passaria a ser...
E assim o teu segredo seria o meu.