Colher de tempo

Por tantas tempestades que corri

malparando um risco de raio

no ledice de ser consumida,

corpo, alma esbraseados.

A gana de consumir

o todo,

o tudo,

o absurdo,

mesclando

amargo,

doçura,

líquidos e

securas;

patenteando

o ponto exato do

cerne, expondo-o

em escaparates

de convicções.

E de tanto que partir e

revirei pra mim,

rasguei o chão

em ductos de

obsessão;

Pra frente,

aluvião,

paixão.

Atrás; canais

de lágrimas

afogando razões.

Reneguei o ensejo

de salivar os gostos

ao cair de boca na vida...

E ora... ora

sobeja este

tênue banquete

que provo com manha

e com gosto;

colher de tempo

pequena pro dedos,

escorrendo fios de molhos

que lambo, enquanto

o tempo se declina

em tomar-me.

MarySSantos
Enviado por MarySSantos em 25/03/2013
Reeditado em 25/03/2013
Código do texto: T4207067
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.