FUI AMADO?

Fui amado?

Deveras!

Loucamente!

Amaram-me com aquele amor,

Que hora te vivifica,

Hora te faz doente...

E diante de ti,

O tempo era parado,

Horas, não eram horas.

Não havia.

E distante de ti,

O tempo se decorria,

Infelizmente...

E ao lembrar esse amor,

Agora não em saúde,

Mas doente,

Via-a caminhar,

E caminhavas...

E os cachos davam louros,

Os campos, rosas,

As aves, voos azuis anis,

E nas ruas, eram verdes tapeçarias,

Eram tapetes de flores,

Onde apenas lodo havia,

E, enquanto ascendia,

A Lua, branca,

Nas asas d'uma aragem branda,

A minha alma traspassava

Da minha vida para a tua!

Por que fui amado?

Não sei,

Ninguém sabe realmente

O motivo desse amor,

Que hora te vivifica

Hora te faz doente.

Quem o faz?

De onde ele nasce?

Talvez nascesse da terra,

Quando a terra se torna carne.

Ou da carne,

Quando a carne se faz alma!

Talvez nascesse da noite

Quando a noite perde o dia.

— Talvez venha de mim.

E da minha triste poesia...

Tomb
Enviado por Tomb em 24/03/2013
Código do texto: T4204921
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