Deserto...

Todos os dias

À todo momento

Descubro o quanto sou pouco

O quanto sou xucro

O quanto sou louco

Porquanto loucura é vida na ignorância

Da história

Das ciências

Da própria circunstância

A cada livro que não li

Recolho-me à insignificância

À infinita pequenez

Do que não vi

Do que não sei

A cada esboço de reação

Para a escalada de uma nova duna

Deslizo na areia

E mesmo insistindo

Ao chegar ao topo

Vencendo a etapa

Já tendendo à satisfação

Vislumbro o deserto e sua imensidão

Grãos de informações que nunca toquei

Expostos esperando

Pelo que desejei

Sem nem terem idéia

Do quanto não sei.