Habituei-me a concertar
o tempo
de agasalho e aconchego
onde acalento
a ternura
mesmo quando
o frio da indiferença
augura bater à porta.
Tenho bordado
tanto lenço
de acenar adeus amigo
que mais não vejo
mas guardo
na saudade do meu peito.
Tecendo amizades
remendo
largas feridas abertas
antes que fiquem em nesgas
os trajos que desdobrámos
no estendal
das nossas vidas.