COISAS DA VIDA!
Não tive a doce infância
Não sei se fui criança
Porque sempre fui adulta
Mas creio, cheia de esperança
Meus brinquedos eram serviços
Cedo aprendi a trabalhar
Arrumar casa e cozinhar
Tudo aprendi a fazer
Com arte para sobreviver
Enfim, o meu ego satisfazer
Ganhar pouco era alegria
E assim era a vida dia a dia
Dançava, cantava, tocava
E aos olhos atentos animava
Recitava, orava, desfilava
Tudo com muita maestria
Desde muito cedo meu enredo
Era história que virava poesia
Os anos foram passando
Eu sempre vivi estudando
Com vontade de vencer
Ultrapassei muitos obstáculos
Pouco a pouco até chegar
Mas, o que o tempo fez de mim?
Hoje sinto-me presa e sozinha
Com obrigações não devidas
Impostas, por outros esquecida
Tenho casa, cama e até comida
Num lar que não tenho guarida
Ocultaram-me sem dó o viver
Sujeitando minha própria vida
19/03/2013.
Esperança Vaz