Ambigüidade

Que pode uma criatura senão,

entre criaturas amar,

Amar e esquecer,

Amar e malamar,

Amar, desamar, amar ?

Sempre, e até de olhos vidrados, amar ?

Que pode, pergunto, o ser amoroso,

sozinho, em rotação universal,

senão rodar também, e amar.

Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa.

Amar a água implícita, o beijo tácito, a sede infinita.

Fernando Palhares

07/02/1996

fepalharesjlle
Enviado por fepalharesjlle em 18/03/2013
Código do texto: T4195815
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