Velhos hábitos
Velhos hábitos
Peguei meu velho carro e pus-me a caminhar
Estrada poeirenta das rochas esmagadas pelos cascos do tempo
Ele puxara para o lado teimosamente, persistia, no seu caminho
Eu endireitava impondo meu desejo
O dia rolava, passava ofuscando meus olhos já cansados
Pensamentos soltos onde eu estava? Aqui ou lá?
Viajava comigo mesmo! E não era uma boa companhia para ninguém!
Nova tarefa, para velhos seres, bracejando a dita sorte
No galeio dos buracos profundas cicatrizes no chão de breu
Serpenteava para chegar intacto na esquina da vida nova!
Velhos hábitos resgatados na dor do perder!
Andaria com um velho amigo se não fosse o único?
Meu passado já passou e surge meu futuro trilhado em
Cima da borracha do velho alemão!
Raspas de lembranças encobrem um coração só
Malfadado coração que só sabe escutar lamurias
Desaprendeu a amar!
Hoje vive sem rumo guerreando com um velho amigo
Que pelo menos sabe para onde quer ir!
Luiz Eduardo Andrade