VERDE QUE PRA SEMPRE É VERDE
( A FEDERICO GARCIA LORCA )
" Verde que te quero verde verde
Vento verde rama um
barco por sobre o Mar __ um
cavalo... na montanha " __isso baila
flutua imponderável numa zona
/ que não é
o dizer __ está ao mesmo tempo
além e aquém dele __ uma zona viva
em que há um Sol sobre a nossa
/ dimensão ferida curada
resgatada __ toda tecida e vestida
de lábio de vento que entoa uma
/ Canção Amada
pura límpida e pura __ como uma
/ luz sendo sempre
Madrugada e chegando
antes __ como um consolo a todos os
/ __ distantes !...__
Federico da delicadeza ímpar...
/ Assassinado
assim a desumanidade do Homem
/ faz com os poços
e nem pressente que por ele seriam
/ resgatados
mas poesia que com o tempo mais se
/ fixa e se transcende
água não __ fantasma de água __
/ toda pura!...
Os tempos têm sempre seus lobos
/ ( combatê-los ) mas Lorca
Federico Garcia Lorca__ eram
/ nós todos...
Assim o segredo misterioso de certos
/ versos não medidos mais
que corretos __ que atingem toda
/ uma outra dimensão
confluência de grandes e mínimos
/ rios encontro
da alma com o Coração
Assim o Relógio não mais nos dói
/ O Amor
todo puro __nunca destrói __ mas
/ sabe as
Horas __ as resgata Tira todos
/ os gumes dos punhais
/ mesmo os de prata
Resgata da Oliveira preciosa na dor o
/ seu azeite
Verde que permanece incólume
que a eternidade não dorme
Verde que te quero verde
Cai da inércia a que fomos
/ submetidos... a escama
Verde que te quero verde
Verde vento. Verde rama. Um
__ barco __ por sobre o Mar...
um cavalo...na montanha !...