Imagem da Web
Sua Majestade, o Tempo!
Do alto de sua majestade,
Ele observa seu reinado.
Contempla desde o nascedouro,
O correr do rio,
De águas cristalinas
Ou... turbulentas águas,
A lapidar o rochedo e,
Escorregar na travessia,
Serpenteando montes,
Sempre a correr... sempre,
Até alcançar além da curva, o horizonte...
Ali jaz no oceano e deixa de ser rio para tornar-se mar.
Do alto de sua majestade,
Ele observa seu reinado.
O vento, seu fiel escudeiro, também passa por ele.
A rodopiar como sempre o fez.
Afinal, é do vento, ventar...
Assim enxugou as lágrimas da menina,
Desalinhou seus cabelos e,
Na maciez de sua pele de mulher, segue a soprar,
Entre seus sulcos, marcas, resquícios...
Nas águas de hoje, um ontem a navegar.
O vento a soprar... o rosto a arranhar,
Um barco a soçobrar...
Do alto de sua majestade,
Ele observa seu reinado.
Quiçá estremece...
Assim ontem, hoje...
Por certo amanhã, indelével.
Na imponência que sua infinitude lhe concede,
Sua majestade, o Tempo,
Regozija-se com seu desde sempre,
Deleita-se em seu infinitamente eterno, o seu sem fim...
E, permanece impávido,
A observar a inconstância da vida, ora atrevida, corajosa...
Ora frágil, finita, a debater-se estremecida em cada curva do rio.