BANHO BOM É O DE BUCHA
A pobreza de nossos meios
/ de expressão
A inércia que nos conduz à frase feita
que só é desfeita pelo Amor que dá
/ um sopro especial
a tudo A lua nua
os Azuis Golfinhos no Mar também
/ azul
a preguiça puxada pelas orelhas
até abrir a concha e mostrar o nada
/ de todo brilho
que é a pérola presente com odor
/ de alma à flor
toda amada que é pra ser dada, sinal
de um parcial total, pequeno farol para
/ toda a
indeiscência__ da dizência...
A pobreza dos nossos meios
/ de expressão, as cores os
sons que faltam __ as palavras...
/ As lavras
prometidas, adiadas até um colar
/ de olhar bem dispor-se e
colher...
Toda a limitação que cerca o nosso ser,
que deveria ser serência almada mas
/ que na muita vez é apenas
boca fechada
e o brilho no Sol negro a nos cercar
/ como um anjo
a água azul mergulhando no mais azul e
/ sobretudo no desespero crer
/ que o dizer é
não mais que crer...
A frase feita.
Há um outro chão nesse Mar__ sei
/ disso e visualiso a cada
/ mergulhar vejo um ar
repleto de promessas __ que há um
/ jardim inaudito em meio da floresta
flores__colorindo todos os amores __
/ frase feita desfeita
pelo Amor
E há esse arco de Poesia tenso
/ ( sempre tenso ) que
dispensa flechas. E há o som todo que
/ se vê por uma
brecha. O céu total
despintado porque presente __ é sal no
/ mel que se sente
no alvéolo da língua antes murcha
às vezes realização às vezes simples
/ sombra
da busca. A frase feita, a pele de Língua
/ contrafeita
a expressão ansiada suada chuveira
a frase __ a frase __ feita !...:
banho bom...é o de bucha.