allien disso

É estranho ouvirem sinfonia de berimbaus,

onde o monótono traveste-se de novidade;

estranho o desfile da “bondade” dos maus,

que sempre jogaram com o naipe de paus,

blefando em ouros, fingindo cumplicidade;

é estranha essa virtude do beijo da morte,

que engalana ao roto, ocultando os trapos;

e faz parecer que a desgraça é uma sorte,

que, a debilidade é uma virtude dos fortes,

o beijo mágico que faz príncipes, dos sapos;

é estranho certo brilho nos olhos dos lobos,

prometendo para ovelhas uma vida folgada;

usando a magia das palavras, pra arroubos,

posando como sábios, num reino de bobos,

pois, aprenderam pilotar máquina alugada;

é estranho o convívio da nossa pluralidade,

onde todos imperam no império das ideias;

opiniões frágeis soam reais como a verdade,

almas nobres nivelam ao rés da banalidade,

e o nível desce s mãos de almas plebeias;

expondo os desconfortos assim, nada ganho,

perco pelas frestas da vida, gotas de tristeza;

que assola a quem tem, valores de antanho,

se acaso quem ler não achar a isso, estranho,

ao menos estranhará, essa minha estranheza...