O sentido da leitura
Ai que estranho, é o desejo que tenho,
Não cumprir um enfadonho empenho,
Ter um livro para ler por imposição
E não saber qual a verdadeira intenção.
Leitura imposta é tremenda maçada.
Estudar é um vôo para a liberdade,
O Sol doira, então, sem queimar nossa vontade,
O rio corre perene, sempre para o mar,
Sem edição, pois, sejamos livres para amar.
Os versos deste poema expressam a sensação que, por muitas vezes sentimos, quando, por contextos institucionais, somos obrigados a engendrar num universo da leitura, distante do nosso próprio universo interior.
A leitura por imposição, hoje tão combatida nos meios escolares, por trazer em si a enfadonha obrigação em ajuizar conceitos sobre assuntos que, muitas vezes, nem fazem parte de nossas escolhas de gêneros que nos completem, e que satisfaçam nossas necessidades de aculturação. São leituras que não levam em conta aquilo que já trazemos do cerne de nosso meio familiar.
Estudar é o ato de alçar vôo para o universo do conhecimento, mas para um universo que surge de nossas particulares necessidades por respostas que nunca estão prontas. É o estudo que não queima nossa vontade de continuar em busca de respostas, de forma perene, procurando alcançar o objetivo maior.
O mar em sua imensidão de desafios é comparado ao nosso universo interior, e que deve ser alcançado sem cortes, sem edições, sem direcionamentos que nos impeçam sermos livres, porque não existe o exercício pleno do amor, sem o exercício da plena liberdade.
A busca pelo conhecimento interior, que se dá pela leitura de mundo e leitura dos escritos da humanidade, é um ato livre de amor, pois a construção interior reflete o verdadeiro espírito de filantropia.
A construção da verdadeira aprendizagem do ser humano reside na liberdade, pois sem liberdade não há o emprego do amor naquilo que fazemos ou buscamos, e deste modo tudo se torna sem sentido e enfadonho em nossas vidas.