diagnóstico

Preciso ver as pupilas de sua alma,

Para diagnosticar seu estado de saúde;

Nelas seu ser, refletido nítido, está,

Se precisas agradar muito para agradar,

Agrade-se do amor próprio, e desgrude...

Deixe-me ver essa palidez em tua face,

Se um vestígio repousa sobre a derme;

Que um sábio diagnóstico a ti revele,

Traços de hepatite ou micose de pele,

Quiçá tua alma, esconde algum verme...

Beba uma infusão de críticas amargas,

O amargor disfarça seu teor lenitivo;

Se podes engolir sem tossir, engasgar,

Senão, será muito fácil de constatar,

Que padeces de melindre excessivo...

Deixe-me retirar uma gotícula de sangue,

E testar o líquido que te mantém vivo;

Se males alheios migraram para você,

Então tua pobre alma hospeda o HIV,

Por teres “transado” sem preservativo...

Por fim suporte seu exame de toque,

parece desonra, mas, que o sofrer tens;

Quando a visão adversa é a que medra,

E passas numa boa, sem jogar pedras,

Sua alma está muito hígida, parabéns!