Nada mais

A minha semana é movimento e durante toda ela ando, trabalho, descanso, faço coisa e me divirto – não tocando piano como o papa, mas, procurando em meio à fuligem da cidade ou dos escombros feitos do descaso do poder público - LIXOS, bichinhos miúdos, passarinhos e seus ninhos, plantas e suas folhas e flores, VIDA que teimosamente existem como resíduos de poesia.

No final da semana me recolho e, se esse recolhimento não for interrompido por uma visita feita ou recebida, por um passeio ou uma viagem qualquer... recolhida à minha casa e ao meu quintal eu procuro a felicidade na plenitude do sentir. Nele me refaço para me desfazer durante a semana, seguinte.

Nesse tempo de recolhimento ajo sobre tempo e o espaço, sentindo a temperatura do clima, a luz do sol, as cores e os sons das plantas, os movimentos e os cantos dos pássaros... de forma mais integral do que em meio ao movimento semanal.

Às vezes consigo a procurada plenitude, às vezes não, porém isso não importa, pois esse movimento é somente meu jeito de viver em busca da felicidade para o meu ser, na poesia das pequenas coisas cotidianas.

Nada mais.

(02/03/13).

Francisca de Assis Rocha Alves
Enviado por Francisca de Assis Rocha Alves em 03/03/2013
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