EU OS SAÚDO, POETAS

Sou agora a vossa voz, poetas

Porque sou vossa voz e canto pra ti versos

Como o voo agonizante do último pássaro

Na garganta aberta do céu

A tecer o fim do dia e a escrever as linhas do crepúsculo

Na tristeza das tardes

Cada palavra que junto, eu a celebro

Em cada inspiração, eu os saúdo,

Meus poetas enclausurados em versos

Entre cortes e verdades

Sois vós e não sabeis a epopeia desvairada e improvável

Das trajetórias nada retilíneas

Das emoções que lambem

e acariciam o dorso da vida

Neste mundo perverso e quase sem amor

Eu vos saúdo nos cânticos

Onde cantais alturas e os profundos

Das almas e dos mastros

Onde ainda tremulam

As bandeiras dos sentimento refugiados!

Sois vós o lume da luz que guia as almas no escuro

Na imprecisão e dores do existir

Onde se pintam as cores esmaecidas dos sentidos

Nas paredes grafitadas onde a ilusão dança

Pouco percebida

E por ali rabiscam com as mãos vazias

E inquietas, a inspiração

Onde as esperanças renascem inutilmente!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 02/03/2013
Reeditado em 31/12/2019
Código do texto: T4167574
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