Não adianta convencer-me de que não há sentido
Ponha os teus pés no lago
Ponha teus olhos no escuro
És esta noite convidado
E tua percepção agora será a minha
Não te espantes, pois, da casa
Que flutua ou do velho mago
Os músculos arteriais dançam
Dançam também a estupidez
E todos os olhos claros
Se o real é o querer
Digo-vos, pois, é vontade mesquinha
Apartai-vos de uma vez
Deixai apenas a névoa
Que espessa torna-se muro
Dividindo galáxias, meu caro
Desvanecendo-se até perder
Da vista, os sentidos aguçados
Desconhecem a fronteira
Dos inimagináveis
Conceitos, um contestável
Paradigma resoluto de rimas inalcançáveis
Um reino onde onde o que é livre voa
Pois é, voa!
E por que te fazes detestável?
Não é acaso uma visão, no mínimo, boa?
Não é esta a tua própria visão onde descansam
Tua luz, tua alma, tua asa?