Lá fora cai uma chuva preguiçosa e fina
Fruto de minhas danças
Minhas esperanças,
Meu desejo que baila e imagina
A chuva que cai me acalma a pele
Me atiça o faro,
Me cerra o olho,
Me abre os braços
E o pensamento,
Esse fio tenso,
Me tece em versos
E caminha de olho
E encontra umas flores confusas
Que não sabem se já é dia
Que não sabem se já é hora
Que não sabem se é desflora...
Meu olho é antigo
Mas enxerga flores
A mudez contida
As formas diversas de atirarem-se a vida
Umas, apressadas
Desabrocham mal nasce o dia
E morrem de susto
Quando a noite se avizinha
Outras não têm pressa
Perdem o brilho e as pétalas
Perdem-se no caminho procurando as primaveras
Morrem por aí, dispersas...
Mas o que me intriga são as fechadas
Tristes, são belas e nem sabem
Porque jamais se abrem
Crestam mas não ardem
Debatem-se por dentro
Depois morrem assim,
Queimadas...
Pelas beiradas...
Adah
*Sugestão de escrivaninha:
Escreverati de Luca
Este poeta tem aúdios muitíssimo bem elaborados e hoje publicou mais um de seus incríveis aúdios com um poema a mim destinado.Sinto-me honrada e convido meus amigos a conhecê-lo:
http://www.recantodasletras.com.br/audios/poesias/54135