Lá fora cai uma chuva preguiçosa e fina
Fruto de minhas  danças
Minhas esperanças,
Meu desejo que baila e imagina

A chuva que cai me acalma a  pele
Me atiça o faro,
Me cerra o olho, 
Me abre os braços

E o pensamento, 
Esse  fio tenso,
Me tece em versos
E caminha de olho

E encontra umas flores confusas
Que não sabem se já é dia
Que não sabem se já é hora
Que não sabem se é desflora...


Meu olho é  antigo
Mas enxerga  flores

A mudez contida
As formas diversas de atirarem-se a vida

Umas, apressadas
Desabrocham mal nasce o dia
E morrem de susto
Quando  a noite se avizinha


Outras não têm pressa
Perdem o brilho e as pétalas
Perdem-se no caminho procurando as primaveras

Morrem por aí, dispersas...

Mas o que me intriga são as fechadas
Tristes, são belas e nem  sabem
Porque jamais se abrem
Crestam mas não ardem

Debatem-se por dentro 
Depois morrem assim,
Q
ueimadas...

Pelas beiradas...


Adah







*Sugestão de escrivaninha:

Escreverati de Luca

Este poeta tem aúdios muitíssimo bem elaborados e hoje publicou mais um de seus incríveis aúdios com um poema a mim destinado.Sinto-me honrada e convido meus amigos a conhecê-lo:

http://www.recantodasletras.com.br/audios/poesias/54135


Adah
Enviado por Adah em 27/02/2013
Reeditado em 27/02/2013
Código do texto: T4162196
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