Aquiescência
A quantas ando, eu já não conto
Há quantas ando, eu já não sei
Não sei se ando com as minhas pernas
Ou com as de uma moça bonita de um comercial de cerveja
Por todo esse tempo eu me perguntei
O que tenho na cabeça, na passada que não passa por aqui
Na contramão da contradição
Na importância de ser inútil, de ser inutilizado, de ser datado
Vendei meus olhos pra vender minha alma
Achei que tudo estaria resolvido
Cada batida na mesma porta, traz de volta o que não foi perdido
Enfim, cada badalar dessa balada, é um sintoma inacabado
Da doença reflexiva da ingratidão
Aquiescer a discórdia, o caos do espelho
Aquiescer e viver, até se deixar morrer
Na deriva do céu, em pleno olho do furacão
Onde nada faz sentido, quando se é sentido
Entre uma rajada de vento e um olhar