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ENTRE MIM E O VENTO
Ysolda Cabral
 

Ò Vento, amado meu!
Nosso elo, nossa ponte,
nosso meio de comunicação,
antes tão dedicado;
começa a fraquejar...
 
A qualquer instante, sem aviso, sem ruído,
ruirá de tão apaixonado que está.
Inviabilizará a “psicografia,”
a geometria dos nossos descaminhos...
E aí, o que faremos? Como será?
 
A quem fosse confiar nosso destino!
Sou pequeno orvalho na pétala da flor.
Tu, ventania, das mais  poderosas, quando
cegas de ciúmes, sem duvidar do meu amor.
 
Contudo, ele é Raio de Sol, sedutor, sedento...
Tu sabes o que sentes, tu sabes o que sinto;
mas, ele é tão inteligente! Tão lindo!
Quem me levará primeiro?
 
Eu já pressentia triste desfecho nesse elo,
nessa ponte de ligação entre nós...
Em tanta gentileza e bondade,
eu bem que desconfiava!
 
Até quando mandas rosas vermelhas,
ele dá um jeito delas me chegarem
sem  nome do destinatário;
apenas  do remetente : ELE, claro!
 
E nesta agonia, me encontro.
Perco-me no labirinto do  triângulo...
Não há  trevo da sorte, nem  reza forte
que,  me faça desistir: nem de tu
e nem dele,  nossa ponte.
 

Recife/PE 
 25.02.2013

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