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Crisálida


Um dia, meu eu-borboleta voará
Para céus que não conheço
(Ou se conheci, deles não lembro.)
Um dia que não tardará, 
E tudo o que sou
Poderá transformar-se em nada,
Ou em algo bem diferente...

A crisálida que me contém
Estará seca, 
Esfarelar-se-há 
Pelo que restar-me de sopro,
Ao meu último suspiro.

E sei que será em breve.

Talvez, eu tenha apenas
A deixar
O que me foi dado:
Meus versos,
Minhas letras,
E não pretendo lacrá-los
Em um coração fechado.

Por isso, eu os espalho,
Eu os solto, livres,
Como se fossem água,
Como se fossem vinhos de palavras
Para quem quiser beber.

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Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 25/02/2013
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