Lembranças cristalizadas...
Porque volto à falar em você
as lembranças me dão tontura
e se dobro à direita, te vejo na rua
o mais certo é, que você deveria estar na sepultura
Seus olhos não abrem, e sua pele está a empalidecer
sua boca ocultou-lhe as palavras que não quero esquecer
que um dia me neguei a entender
e temia só de pensar em você
Seus gestos trêmulos me empolgavam
parecia que já o tinha reconquistado
você empalidecia ao me ver
e eu vibrava ainda mais com o seu estremecer
Hoje saí para lanchar um x-cup de costume
e retornei à mesma tese, você não à esquece
e eu sempre retorno à uma colheita encantada
que de verdade não tem nada
O meu plantio passou por uma forte geada
e não se mexeu mais nada
você virou uma estátua
e o seu amor petrificou pela ausência da sua "amada"
E o que dizer de um amor que se acaba
será que não era nada
a proximidade dos corpos não aliviou a temporada
os pingos que caiam embaixo se congelavam na calçada
Mesmo com um forte trovão
e uma enxurrada de emoção
o coração continuou cristalizado
nem pedra jogada quebrava o alvo talhado
E apesar desta fase já ter passado
em algumas folhas ficaram o estrago
ainda me recordo desse caso
não sei mais onde está o amor, de que lado
Falo até esquecer
um dia isso vai acontecer
só espero que você não mais a mim
se dirija, para encharcar meus olhos
De raiva, ódio, sei lá mais o que
só sei que língua congelada por muito tempo
é melhor não soletrar mais nada
a ferida já estará cicatrizada.