Vida eterna do amor
Bem sei de minha essência, imperfeição,
Nem tanto, como no mito da caverna;
claro que posso cometer erros crassos,
mas, o simples fato de errar uns passos,
não é motivo pra amputar minhas pernas...
Sei ainda que há sins, disfarçados de não,
E a razão disso permanece sendo interna;
O agora sonega o que serão futuros laços,
Translúcidos espelhos se param de baços,
Nas meias verdades que a alma externa...
Sei ainda o futuro do trigo rumará ao pão,
Como água da chuva, ruma para cisterna;
Em certos mapas, a rotina, põe seus traços,
essa ocupa sempre os mesmos espaços,
novos ventos instam, o barco não aderna...
Não ignoro, essa densa solidez do coração,
se refaz, como cabeças da Hydra de Lerna;
pode ser maculado por feitos dos devassos,
que chama de amor ao coito e uns amassos,
isso morre com o pulso, amor, tem vida eterna...