PORQUE TE AMO

NA MADRUGADA DE 23 DE FEVEREIRO DE 2013

Eu te deixo partir porque te amo

de um amor transmutado

ao longo dos anos

que, para se deixar o amor partir

é preciso muita abdicação e muito sofrimento

consentidos.

Eu te deixo partir, porque renascido

de todas as mortes de mim, em mim.

Porque tua vida importa

como a vida de minha mãe, meu quase único bem.

Se afirmo que te amo

compromisso de vida, não de morte

como sempre o tem sido, sempre, assim.

Eu te deixo partir pela honra

que me une aos que te amam e a quem amas, também.

Ergo-me e ergo meus olhos, diante de todos eles

reafirmo e juro: Eu te amo.

Amor não é crime nem pecado nem desdouro

se vero, se de olhos abertos para o Todo.

Amo com o meu rosto limpo.

Amo com as minhas mãos limpas.

Amo com o meu limpo coração.

Amo-te tanto

que tenho passado a vida

a pedir perdão aos que te amam como eu

a lhes pedir perdão

por teu amor por mim

Amor-Fênix a renascer

- mude mundo, morra mundo, surja mundo –

Amor-Fênix a renascer

para além do fim e dos fins.

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Como o amor

por mais que transmutado

nunca absolutamente incondicional

conquanto livre para aceitar, do outro, qualquer “não”

envia-me, se o quiseres – se o puderes –

daí, de onde estiveres,

alguma, de ti, lembrança palpável

para mim, sempre árvore, nunca ave.

Para mim, sempre im-plantada aqui.

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