Noites Quebradas, Ato III
...Céu escuro, clarão inseguro, nas páginas desse romance
Andaluz, o cão que seduz, em busca de um amante
Nem sempre acredita na fé da folha rasgada do jornal
Preguiça, enguiça a porta da percepção
Dissecando lamúrias que foram caladas, pela multidão...
Deixe-me ser o que não deixei de pensar
Dê-me abrigo em qualquer lugar
Sem chuva e sem pretensão no fim do mês
Não há espaço nenhum nessa contramão
Os pés andam traindo outra vez
Pelo antigo caminho inseguro da perdição
Não vou dizer o que não preciso, nem consentir
As mesma faixas de luz, que deixei pelo caminho
Não há tal coisa como ir e vir
Não se aceite como um simples moinho
Seja seu dragão, seja seu vilão nessa guerra
Deixe pra depois os espólios que nunca se perderão
Ás vezes, quase nunca somos os heróis da revolução
Nem sempre, quase nada clama por nossa atenção
Nunca mais fugiu de mim o olhar perdido na multidão
Além de tudo, além-mar de toda essa pretensão
Veja sobrevida, na janela à anos luz
Mergulhe, acenda, incendeie e reviva toda essa ambição
Interessante acreditar em todo o resto e crer
Que apesar de tudo, em todo o mundo
Salvação não rima com rendição.