Sombras

Sombras

Veio o tempo até a mim como uma criança, na sua doçura sorriu.

Anil era seu olhar suas travessuras.

Barulho de cores

Sons de desamores.

Vi saudade, tênue e cálida e na sua palidez um aceno.

Não era obsceno na turquesa do seu riso o tempo se foi

Amores desamores.

Ouvi calmamente a solidão que murmura seu nome

Cantava sua vida, nascida nas fendas das almas.

Vales indômitos.

O amor veio cheio de luz me deu uma semente pra que plantasse na alma

Mel que alimenta e acalma

Veio também o desamor tristonho com seu manto negro

Sorriu chorou

Calou ao ver o tempo

Afagou a saudade e se foi.

Chegou à alegria

Saltitante brilhante com seu manto dourado

Sorrisos beijos

Ensejos

Rios de águas calmas!

E... Sob as sombras de uma existência fiquei a sua espera

Passou o tempo

A saudade também passou

A solidão emudeceu

Morreu o amor

O desamor chorou e se foi

A felicidade entristeceu pereceu

Só restaram as sombras

Sob elas lembranças desencontros do que foi uma vida

Sob os olhares causticantes do sol.

Amantino Silva 22/08/2008