Velhas palavras
Hoje eu tive um dia de leitor de mim
Revivi palavras antigas, alguns momentos
idéias que nem mesmo faz sentido.
Será que agora eu vou ser ouvido?
Conceitos esquecidos outros adquiridos
Um pássaro no ninho em um jardim florido
Me encontrei perdido entre inacabados contos
Uma criança grande no poema eternizado
Eu li também palavras de alguns amigos
A Via Láctea, um oceano, o céu em chamas
daquele pranto que transformou em texto.
Até chorei de rir do meu primeiro beijo
O meu desejo, o proibido amor que já se casou
Ao saber de sua vida me alegrei, com a melodia
que cantei sobre um futuro que não existiu.
Obscuro, nem mesmo enxerguei o tempo
Forte soprou o vento, folhas secas pelo chão
Mas nem uma folha cai sem a vontade Dele,
mamãe quem disse. E agora? Quem vai me falar?
Existe ainda algo a ser dito, o destino não me é traçado.
Palavras, do silêncio surgem em bom tom na mente
como o grave de um contrabaixo no cair de uma canção.
É quase imperceptível, mas realça o compreendido
que mergulha fundo neste mar de notas, “revalorizando”
outra velha e pobre poesia sem ter um final esclarecido.