O vício da paixão

Nem mesmo anjos com as divisas,

Da Todo-poderosa polícia sideral;

Conseguiriam aprisionar essa lisa,

Que arrosta até ao sobrenatural...

A causadora de tanta embriaguês,

Nessa parte do vasto sistema solar;

o microchip o código da insensatez,

que o amor esconde no seu colar...

O senso ébrio errando o caminho,

paixão louca bebendo mais e mais;

de Sansão contam os pergaminhos,

que fez buscar flores nos pedregais...

faria até a areia subir na ampulheta,

noutras palavras, o tempo voltar atrás;

quem domasse essa arma do capeta,

derrotaria, mesmo, o próprio satanás...

O tempo esmaga os falsos profetas,

Gasta as pedras, consome os sapatos;

Naqueles que Cupido crava suas setas,

O tempo fraqueja, a década é um hiato...

Quais garras do crack na goela da presa,

Debilita aos poucos com sua fumaça;

Mesmo trazendo desengano e tristeza,

Queremos de novo, pois o vício não passa...