Oh, filho meu !

Esquivei-me,

sonhei deveras,

mantive o caos na ponta da língua.

Quanto desespero,

quanta matéria e jornais

espalhados sobre o chão

e carcaças humanas.

Destroçado. Eis-me.

Contemplação e lágrimas,

pai e filho da puta,

sem eira nem beira,

perdido.

Esquivei-me... ao olhar teu sorriso

e toda a vida em ti, filho meu,

sim,

esquivei-me das tuas santas mãos

e do teu paladar,

pois sou mui amargo,

intragável jeito de ser humano

e mentiras sem fim.

...fui estúpido, garoto,

mas tu és feliz.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 10/02/2013
Código do texto: T4132984
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