Oh, filho meu !
Esquivei-me,
sonhei deveras,
mantive o caos na ponta da língua.
Quanto desespero,
quanta matéria e jornais
espalhados sobre o chão
e carcaças humanas.
Destroçado. Eis-me.
Contemplação e lágrimas,
pai e filho da puta,
sem eira nem beira,
perdido.
Esquivei-me... ao olhar teu sorriso
e toda a vida em ti, filho meu,
sim,
esquivei-me das tuas santas mãos
e do teu paladar,
pois sou mui amargo,
intragável jeito de ser humano
e mentiras sem fim.
...fui estúpido, garoto,
mas tu és feliz.