Elegância
Meu poema é pobre, e às vezes, torto,
E já nasce manco, fraco e semi-morto
Muitas vezes morre sem alcançar a luz.
Mas é sempre o semen da palavra que me escolhe,
E ele se recolhe todo, a qualquer
Tentativa lúdica de dominá-lo.
Resta-me soltá-lo, e alinhá-lo às linhas,
Na ejaculação de um poeminha torto,
Aleijado, manco, roto, semi-morto,
Um poema tosco que já nasce órfão,
Pois a elegância que tentou gerá-lo
Morre nesse parto do imaginário.