SILÊNCIO

Não é a palavra dita

Que me deixam ser ar

É o silêncio que aqui habita

Estranhamente no nada a vagar

Como se um segredo

Estivesse aqui a pairar

Como se tudo dependesse

Se tudo envolvesse

O restante a falar...

Não são as respostas

Que me dão medo

Mas negá-las

É meu desespero

Afirmar que sim

Sabendo que não

Certezas assim

Sem qualquer ilusão...

E na dúvida

Continuo calada

Com minha covardia estúpida

Que impede a escalada

Das verdades saber

E até mesmo compreender

O que de oculto existe.