Enquanto assisto as horas do leito
Sinto no peito este aperto...tão estreito...
Então deito...
E conto a mim mesma umas falas miúdas
E canto pra dentro as minhas lamúrias...
Nas horas mortas,
Meu pensamento rodopia com os ventos
Em antiqüíssimos sentimentos
E vôo...como fora folha solta
Poema perdido...
Repiso meu verso amassado
Reviso meu verso mofado
Revivo um sonho cansado,quase tísico
Então sento do lado e vigio
Pra que não míngue enquanto é escuro
Porque sonhos mortos ,não tem olhos
E não há deus ou reza que vingue
Sonhos mortos lembram teatro apagado...
Um passo quebrado...
Uma triste bailarina...
Um náufrago na noite fria
Um cortejo na chuva fina...
Porque sonhos mortos são o fim de tudo...
Poema mudo...